Recentemente tive uma experiência aparentemente mórbida, mas rica em ensinamentos. Fui a um enterro de uma pessoa especial. Seu nome: Tânia. Jovem, não deve ter chegado aos 50 anos. Não, não foi a minha primeira experiência em cemitérios. Já tive algumas, infelizmente.
O especial está na história da própria Tânia. Acometida por uma doença de progresso irreversível, ao longo dos anos Tânia deixou de andar, de mexer qualquer músculo do seu corpo. Sentia calor, coceira, frio, mas não tinha como lidar com estas sensações.
Se fosse para descrevê-la visualmente em uma palavra, esta é a melhor definição: imóvel. No entanto, Tânia estava longe de ser uma pessoa parada. Determinada, forte, cresceu com a doença a ponto de não deixar se abater. Na cama em casa e depois na instituição onde passou seus últimos dias, ela movimentava e encantava quem a conhecesse. Organizou uma reunião em seu lar com os familiares, para que eles conhecessem a filosofia de que para ser feliz é preciso, antes de tudo, fazer o próximo feliz. Sim, a Tânia, com todas as limitações, pensava e agia assim. Curava os outros pelo olhar, pelas palavras e pela postura. Uma das mulheres mais ativas. Mais do que muita gente que não tem qualquer limitação física.
Portanto, o corpo foi enterrado, mas não a alma e muito menos a lição que ela deixou para a gente: viver o máximo possível dentro do que lhe é permitido.
Agora, Tânia parte para o Mundo Espiritual, onde vai se movimentar livremente. Tenho a certeza de que continuará encantando quem encontrar pelo caminho.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Sou uma criança e não entendo nada
Domingo assisti à reprise do Altas Horas, da Globo, com o perseverante e inteligente Serginho Groisman. O programa fez uma homenagem bacana ao "tremendão" Erasmo Carlos. De uma produção delicada e bem elaborada, Erasmo, como um rei da festa, recebeu seus convidados e cantou músicas em duetos.
Mesmo não sendo meu ídolo, sabia boa parte ou todas as letras. Por mais que a gente não confesse publicamente, não há como não cantarolar de vez em quando Roberto e Erasmo Carlos. Uma delas, "Sou uma criança e não entendo nada", chamou-me a atenção.
A gente passa dias, semanas e anos procurando entender a vida e seus dilemas. Ontem cheguei a uma conclusão seguramente nada brilhante. Não precisamos de respostas, precisamos saber conviver com elas. Não precisamos da aprovação alheia, mas da nossa própria aprovação.
Aí vai a letra, para inspiração: "Antigamente quando eu me excedia. Ou fazia alguma coisa errada. Naturalmente, minha mãe dizia: "Ele é uma criança, não entende nada". Por dentro eu ria satisfeito e mudo — Eu era um homem e entendia tudo. Hoje só, com meus problemas. Rezo muito, mas eu não me iludo. Sempre me dizem quando fico sério: "Ele é um homem entende tudo".Por dentro com a alma atarantada — Sou uma criança, não entendo nada".
Mesmo não sendo meu ídolo, sabia boa parte ou todas as letras. Por mais que a gente não confesse publicamente, não há como não cantarolar de vez em quando Roberto e Erasmo Carlos. Uma delas, "Sou uma criança e não entendo nada", chamou-me a atenção.
A gente passa dias, semanas e anos procurando entender a vida e seus dilemas. Ontem cheguei a uma conclusão seguramente nada brilhante. Não precisamos de respostas, precisamos saber conviver com elas. Não precisamos da aprovação alheia, mas da nossa própria aprovação.
Aí vai a letra, para inspiração: "Antigamente quando eu me excedia. Ou fazia alguma coisa errada. Naturalmente, minha mãe dizia: "Ele é uma criança, não entende nada". Por dentro eu ria satisfeito e mudo — Eu era um homem e entendia tudo. Hoje só, com meus problemas. Rezo muito, mas eu não me iludo. Sempre me dizem quando fico sério: "Ele é um homem entende tudo".Por dentro com a alma atarantada — Sou uma criança, não entendo nada".
sábado, 13 de março de 2010
Qual é o seu preço?
Fazer pequenas ações altruístas não é fácil quanto parece. Outro dia, no trabalho, servi água a alguns colegas. As pessoas ficam surpresas. Realmente em um mundo no qual "todos têm seu preço" é difícil acreditar em um mundo melhor e possível.
Mas eu acredito. E justamente acredito que todos esses maus exemplos diários que temos (desde estacionamento em local proibido até dinheiro dentro da cueca) são para a gente refletir "até que ponto vamos com o materialismo desenfreado"?
Campanha por uma pequena ação altruísta diária. Pratique. Eu recomendo.
Mas eu acredito. E justamente acredito que todos esses maus exemplos diários que temos (desde estacionamento em local proibido até dinheiro dentro da cueca) são para a gente refletir "até que ponto vamos com o materialismo desenfreado"?
Campanha por uma pequena ação altruísta diária. Pratique. Eu recomendo.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
365 chances
Dizem que o ano começa agora, depois do Carnaval. Eu diria que 2010 está com cara de fim de ano... só vai começar depois das eleições, depois da Copa do Mundo. Aí, já será novembro, pré-Natal. Talvez seja a mensagem de que o Ano é feito por nós mesmos, diariamente, 365 vezes. São 365 oportunidades de fazer algo a respeito de si mesmo e do mundo ao redor. São 365 chances de sair do casulo e se tornar uma borboleta.
Se até hoje nada aparentemente deu certo, não é por isso que não há uma chance. Aproveite, afinal, temos ainda centenas de oportunidades em 2010.
Se até hoje nada aparentemente deu certo, não é por isso que não há uma chance. Aproveite, afinal, temos ainda centenas de oportunidades em 2010.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Egoísmo saudável
Taí... aprendi ontem essa expressão. Sempre achei que egoísmo era um sentimento negativo e mesquinho... até que me deparei com ele. E aprendi uma senhora lição. No mundo, inevitavelmente, temos dois times: os algozes e as presas. Felizmente eu estou no segundo time. Felizmente, porque não suportaria ser alguém que o dinheiro está acima de tudo, que marca de carro eu tenho que ter para não me sentir inferior e por aí vão os exemplos mundanos com os quais nos deparamos todos os dias. Ontem me contaram que alguém chegou em uma roda de amigos e declarou solenemente: “não dá mais para andar com vocês, meu nível mudou”... é real, não é cena da novela das oito!O que me preocupa é que gente assim frequenta a nossa vida, no supermercado, no trabalho, na quitanda, no banco... e aí, fica a pergunta: como nós, simples presas, podemos nos defender? Como fomos nos tornar presas? Não seria mais fácil ser do time dos algozes?Há cura. E é ele, o egoísmo saudável. Dizer não sem sentir culpa, sem deixar de ser do bem, colocar as mangas de fora, sem necessidade das garras. E fica o recado: se somos presas, é porque deixamos alguém ser algoz. Viva o egoísmo saudável! E vamos combater a caça indiscriminada!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
A velha opinião formada sobre tudo
Hoje acordei sem um tema fixo para escrever. Seria a nova dupla Neimar e Robinho, no Santos? Seria o show da Beyoncé? Ou a velha resistência em acordar cedo e recomeçar na segunda-feira?
Optei pela terceira, que nos exige constantemente paciência e tolerância. Resistência, paciência e tolerância são ingredientes sempre lembrados em vários momentos ao longo do dia.
Em um mundo que caminha tão velozmente em um ritmo impaciente, que nos torna intolerantes em filas, burocracias e faz a nossa resistência em crer em um mundo melhor cair perante tantas notícias negativas, acreditar no contrário é mais difícil do que se imagina.
Mas não é impossível. Há bons exemplos por aí. Muitas vezes do seu lado mesmo. Resistir à tentação de jogar lixo pela janela do carro... já é um bom começo. Tolerar aquela velhinha que insiste em conversar com o caixa eletrônico...pacientemente explicar pela enésima vez ao seu filho de quase dois anos que não é para ele subir no braço do sofá...
Segunda-feira é dia de recomeço. Bom recomeço a todos nós! E viva a nossa capacidade de ser metamorfose ambulante... sábio Raul Seixas...
Optei pela terceira, que nos exige constantemente paciência e tolerância. Resistência, paciência e tolerância são ingredientes sempre lembrados em vários momentos ao longo do dia.
Em um mundo que caminha tão velozmente em um ritmo impaciente, que nos torna intolerantes em filas, burocracias e faz a nossa resistência em crer em um mundo melhor cair perante tantas notícias negativas, acreditar no contrário é mais difícil do que se imagina.
Mas não é impossível. Há bons exemplos por aí. Muitas vezes do seu lado mesmo. Resistir à tentação de jogar lixo pela janela do carro... já é um bom começo. Tolerar aquela velhinha que insiste em conversar com o caixa eletrônico...pacientemente explicar pela enésima vez ao seu filho de quase dois anos que não é para ele subir no braço do sofá...
Segunda-feira é dia de recomeço. Bom recomeço a todos nós! E viva a nossa capacidade de ser metamorfose ambulante... sábio Raul Seixas...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Desafiando a Física
Sim, dois corpos podem ocupar o mesmo espaço. Ontem eu pude comprovar esta negativa a uma das mais conhecidas leis da Física. Após mais um temporal que fez parar São Paulo, enfrentei um trem caoticamente lotado. O mais surpreendente: não tínhamos o direito de ir e vir. Simplesmente éramos empurrados, amassados, espremidos. Consegui sair na estação que precisava graças a um rapaz na minha frente, daquele tipo “3 x4”, que foi como um escudo ao encontro da liberdade. Senti-me no filme “O Gladiador”.
Enfim, a cidade está há mais de 40 dias parada após às 16h. Ficamos reféns da meteorologia. E, mais uma vez vem a pergunta: onde estão as soluções eficazes, que discutem as causas e não meramente as consequências?
A cidade que é conhecida por nunca parar, parou. Será que não é hora de pensar o que a sociedade tem feito a respeito do lixo, do aquecimento global, das ocupações irregulares?
Enfim, a cidade está há mais de 40 dias parada após às 16h. Ficamos reféns da meteorologia. E, mais uma vez vem a pergunta: onde estão as soluções eficazes, que discutem as causas e não meramente as consequências?
A cidade que é conhecida por nunca parar, parou. Será que não é hora de pensar o que a sociedade tem feito a respeito do lixo, do aquecimento global, das ocupações irregulares?
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Calor
Calor... o Brasil registra temperaturas dois graus Celsius acima dos computados em anos anteriores. O que me incomoda é até que ponto a notícia nos faz pensar na consequência - o que nós, seres humanos, fizemos e continuamos a fazer com o Planeta Terra.
Tragédias anunciadas - enchente, recorde de consumo de energia elétrica, deslizamentos, mortes causadas por fenômenos da Natureza - são resultado de anos de descaso público.
Mas, do nosso próprio descaso também. Até que ponto realmente estamos pensando em descartar o lixo corretamente, em economizar energia, em optar por alimentos orgânicos? Até que ponto estamos pensando simplesmente em sermos gentis uns com os outros?
Vale a reflexão.
Tragédias anunciadas - enchente, recorde de consumo de energia elétrica, deslizamentos, mortes causadas por fenômenos da Natureza - são resultado de anos de descaso público.
Mas, do nosso próprio descaso também. Até que ponto realmente estamos pensando em descartar o lixo corretamente, em economizar energia, em optar por alimentos orgânicos? Até que ponto estamos pensando simplesmente em sermos gentis uns com os outros?
Vale a reflexão.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Setsubun
Hoje, no Japão, comemora-se o Setsubun, que significa "divisão de estações". É a véspera da Primavera e os japoneses aproveitam a ocasião para realizar uma limpeza espiritual nas casas. Se transferirmos isso ao nosso cotidiano ocidental, podemos cair na tentação de achar no mínimo esquisito.
Mas, se observarmos a Natureza, em sua transparência absoluta, estamos sempre encerrando e recomeçando ciclos. A beleza, tenho aprendido, às vezes nem está no resultado, mas em concluir o caminho. A perseverança é um tempero e tanto.
Bom Setsubun a todos!
Mas, se observarmos a Natureza, em sua transparência absoluta, estamos sempre encerrando e recomeçando ciclos. A beleza, tenho aprendido, às vezes nem está no resultado, mas em concluir o caminho. A perseverança é um tempero e tanto.
Bom Setsubun a todos!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
A proposta
Ok, mais um blog neste imenso mar virtual. Para mim, um espaço para falar de tudo um pouco. Sem rótulos e proibições. Afinal, o que esperar de uma mulher, com tripla jornada de trabalho, que gosta muito de ações voluntárias e acredita em um mundo melhor e sustentável?
Se você se interessou, divirta-se. Senão, a gente se vê por aí.
Se você se interessou, divirta-se. Senão, a gente se vê por aí.
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