Nessa semana, foi muito duro. Decisões difíceis no trabalho e a partida de uma amiga, aos 42 anos, de AVC. Por que na semana do Natal?
Ainda não tinha percebido o grande amor das lições.
Foi aí que recebi dois presentes especiais. Nesta mesma dolorosa semana, conheci duas instituições pelas quais pretendo dispor parte do meu tempo para ajudá-las. Arrecadações, flores, o que eu puder fazer. Compromisso de 2013, onde eu me sinto até envergonhada em propagar,porque sei que vou ganhar muito mais do que vou doar.
Em ambas, conheci a coincidência. Durante a semana, visitei uma instituição que cuida de crianças com severos problemas cerebrais. Fica em Carapicuíba (SP). Na conversa com a voluntária, ela me contou que há alguns pacientes autistas. Alguns deles moram lá, porque a família não tem como cuidar deles.
Ouvi com tristeza relatos de que é difícil até contatar familiares em casos de óbitos.
No sábado, visitei um orfanato com alguns amigos para doar materiais de higiene pessoal. Os amigos também serviram lanches e a moça que idealizou a visita conseguiu um cabeleireiro para cortar os cabelos dos internos. Uma instituição no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, que atende a três favelas, com cursos de capacitação, numa tentativa de tirar crianças e adolescentes das ruas. Ou, no extremo, acolhendo crianças e jovens abandonados completamente por suas famílias. Infelizmente, raros são os casos de famílias que ainda visitam seus filhos.
Percebo que não escolhi os locais, eu os recebi de presente. Essas duas instituições foram indicadas - uma por um colega de trabalho e a segunda por amigos que compartilham do mesmo propósito de ajudar o próximo.
Durante a visita, conheci um garotinho, de uns 9 anos. E ele tinha Síndrome de Down e autismo. Ele cismou comigo. Deu-me dois tapas. A cuidadora explicou que era normal essa agressividade dele, que ele conta com terapia etc. Eu agi como faço com o Giovani. Tratei-o normalmente, dando-lhe uma bronca pelos tapas. Sorri, porque constatei que ele não só me entendeu como ficou bem quietinho depois. Foi a nossa interação.
Conheci uma menina de também 9 anos, muito inteligente, que falava palavras difíceis, adorava brincar de advinhação e tinha um ótimo papo. E ouvi o lamento de uma adolescente de 14 anos, contando o que ouviu de uma das cuidadoras: nesse Natal, não sairia com os padrinhos porque o juiz perdera a documentação dela. Uma perdoável desculpa que a cuidadora deu a ela, para não lhe dizer, que na verdade, ninguém se voluntariou para levá-la para passear durante as festas de fim de ano.
Em um momento no qual ficamos felizes, sensíveis, abraçamos, beijamos e compramos presentes é difícil entender porque uns abandonam os outros. Mas, não julgo. Não ter condições de criar um filho é muito difícil. Imagine se ele tem necessidades especiais.
Não falo só pelo garotinho. Falo pelas outras 21 crianças que conheci no sábado e dos 68 atendidos em Carapicuíba. Torço para que sejam bem-sucedidos, mesmo com as condições de desvantagem nas quais se encontram. E torço para que mais lares e instituições continuem a abrigá-las.
As ajudas que dei são muito singelas perante o que aprendi. Uma semana de lições duras. Mas a verdade é assim. Dura e duradoura.
Presente que traz futuro. Futuro de lutas, de trabalho, mas da certeza de como é importante olhar para o lado e não perder um minuto sequer para ser feliz e deixar quem estiver à sua volta feliz.
Sabe que, desde que te conheci, há sete anos, sempre achei que você fosse uma das melhores pessoas que apareceram em minha vida. Todo esse tempo depois e minha opinião sobre você continua a mesma: que honra conhecer pessoas singulares, maravilhosas e de tamanha alma como você! Que presente é esse que Deus nos dá a possibilidade de ter. Obrigada por ser quem você é. Te adoro e te admiro. Beijo enorme!
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