Saber que você perdeu 700 g. É uma vitória.
Ler a mensagem da escola do seu filho dizendo que ele fez um dever no caderno, é uma mega vitória.
Ser mãe ou pai de um autista requer coragem. É um dia a dia como um tiro no escuro. Você planta, planta, ora acha que está fazendo tudo errado, ora que está ausente. Nunca sabe o resultado.
Mas a surpresa positiva não tem preço. Afinal, são muitos "contras": diagnóstico subjetivo, profissionais de saúde que com um simples olhar e poucos minutos de observação já apontam seu filho como "clássico".
Aliás, aqui vai um recado aos neuropediatras: humanização nunca é demais. Tive uma experiência horrorosa com um renomado neuropediatra em São Paulo, que me deixou de pé durante a consulta, mal olhou para mim, fez um requerimento de exames, e, de forma monossilábica, disse: "é, é autista. Mas só posso dar mais detalhes depois dos exames".
O meu garotinho entendeu na hora e jogou uma peça de um brinquedo na direção do médico, que ficou assustado. E eu também entendi o recado: "não subestime alguém sem conhecê-lo primeiro".
Mas eu tenho amigos. Amigos que não olham de forma estranha para o meu filho. Amigos terapeutas, que me fazem acreditar. Amigos professores.
Sim, amigos. Amigos te falam a verdade, mas acreditam. E tentam. E te ajudam a continuar tentando. A eles, meu muito obrigado.
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