Não percebemos a quantidade de escolhas que temos que fazer
todos os dias. Decidimos qual o pé colocamos no chão primeiro, ao acordar. Se a
água do chuveiro é quente, fria ou morna. A pasta de dente que usamos,
escolhemos entre várias no supermercado. Decidimos também o que vamos vestir.
Ligamos a TV com o noticiário que escolhemos. Vamos para o trabalho e
escolhemos música, mais noticiário ou nada disso.
Além das escolhas rotineiras, a vida nos dá opções
complicadas. Muitas impactam toda uma vida, várias modificam histórias e
destinos. Às vezes, escolhemos demais.
Em outras, não temos escolha, a não ser decidir.
Interessante é que a palavra escolha é mais presente do que
qualquer coisa na vida. Estamos sempre com ela e em todos os sentidos. E nunca vamos saber se fizemos certo ou
errado.
E não adianta também dizer que a culpa é do outro. Escolhas
são intransferíveis, por mais que às vezes a gente insista em se desculpar
dizendo que não teve outro jeito.
Há as escolhas involuntárias. Sou a prova viva de que um pai
fanático pelo Vasco pode gerar um efeito contrário daqueles. Há também aquele momento que temos a certeza
de que fizemos o certo e descobrimos, atônitos, que estava tudo errado. E com
um sem graça próprio, consertamos o que é possível.
Disso tudo, o lado bom é que fizemos o melhor. Crescemos,
querendo ou não. Melhoramos, admitindo ou não.
Amo todas as minhas escolhas. Não faria nenhuma de forma
diferente. Por mais enlouquecedor que possa parecer. Hipocrisia? Não, longe
disso. Porque simplesmente a história não seria mais a minha. Os erros que
depois descubro que são a prova de que sou humana e os acertos que às vezes nem
eu mesma acredito que os consegui. As feridas, as cicatrizes. Tudo com os
direitos autorais reservados.
Sempre vou duvidar de tudo isso. Tudo muda e, afinal, é
assim que se vai para frente. Mas, garanto: do Flamengo, meu time do coração,
ao Giovani, meu filho querido, sou apaixonada pelas minhas escolhas. E, entre
eles, centenas de milhares de escolhas.
Um viva para elas!